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Hidroginástica e a asma

Hidroginástica e a asma: o exercício na água é melhor do que na terra?

Tradicionalmente, quando pensamos em exercícios físicos para pessoas com asma, lembramos da natação. Isso ocorre porque, durante muitos anos, essa foi a modalidade mais prescrita pelos médicos para os asmáticos que queriam se exercitar. Mas, ao longo das últimas décadas, com a evolução dos estudos na área, as pessoas com asma se beneficiaram de métodos seguros de treinamento físico também em meio terrestre e sua adesão foi bastante satisfatória. Agora, a pergunta que não quer calar: e a hidroginástica nesse contexto de reabilitação pulmonar pode ser utilizada? Promove benefícios tão bons quanto o treinamento realizado em terra? Este post busca responder essa questão.

Trazemos aqui os resultados de dois estudos publicados nessa temática, sendo um com intervenção a longo prazo (Emtner e colaboradores, 1998) e outro a curto prazo (Pereira, 2005). Com base nos resultados da intervenção a longo prazo, podemos dizer que, de forma crônica (ou seja, como efeito de múltiplas semanas de prática), a hidroginástica:

  • é tão eficiente quanto o treinamento em meio terrestre na melhora dos sintomas respiratórios de pessoas com asma;
  • é capaz de promover maiores melhorias na função pulmonar (volume expiratório forçado em 1 minuto) de pessoas com asma do que o treinamento em terra.

Além disso, de forma aguda (isto é, como efeito de uma única aula) a hidroginástica:

  • promove diminuição de sintomas de ansiedade em pessoas com asma, em proporções similares ao treinamento em meio terrestre.

Adicionalmente, a prática da hidroginástica se mostrou segura, sem efeitos adversos relacionados à sua prática, em pacientes com asma. 

O protocolo a longo prazo foi aplicado por fisioterapeutas, com aulas durando em torno de 45 minutos, frequência semanal de 2 vezes por semana, durante 8 semanas, usando piscina aquecida. As sessões (tanto em terra quanto em água) foram compostas por um aquecimento de 15 min de duração, durante os quais eram realizados exercícios de membros inferiores e superiores, caminhada e corrida de baixa intensidade. Logo após, foi realizada a parte principal, composta por treinamento intervalado, composto por 4 blocos de 4 minutos cada, sendo 2 minutos de intensidade mais elevada (80 a 100% da “intensidade máxima”) intercalados com 2 minutos de baixa intensidade (sem valor de referência). Na sequência, os pacientes realizavam uma volta à calma, durante 7 minutos e exercícios de alongamento durante outros 7 minutos.

O protocolo a curto prazo (uma única aula de hidroginástica versus uma única aula em terra) também foi aplicado por fisioterapeuta e teve a duração de 40 minutos. A sessão contou com 10 minutos de exercícios de mobilidade da caixa torácica, 10 minutos de exercícios de resistência para músculos inspiratórios, 10 minutos de exercícios para fortalecimento de músculos expiratórios, e os 10 minutos finais foram destinados aos exercícios de alongamento dos músculos respiratórios. 

Embora os resultados sejam animadores, o baixo número de estudos existentes até esse momento, exige que nós, professores, priorizemos uma prescrição cautelosa e estejamos atentos a esses alunos durante as aulas de hidroginástica. Além disso, os estudos não fornecem informações detalhadas que nos permitam replicar os treinamentos realizados. Por exemplo: os exercícios utilizados não são mencionados e o parâmetro de prescrição aeróbica para intensidade não está claro, bem como a intensidade dos exercícios respiratórios. Essas limitações dificultam a reprodução dos protocolos já evidenciados como seguros e efetivos, o que enfatiza a necessidade de uma prescrição cautelosa por nossa parte, quando lidamos com alunos com asma.

E você, atende alunos com asma? Conta pra gente aqui nos comentários!

 

Professora Dra Rochelle Costa

Graduação plena em Educação Física (UFRGS); Mestrado e Doutorado em Ciências do Movimento Humano com ênfase em hidroginástica (PPGCMH/UFRGS); Pós-doutorado em Treinamento Físico para Populações Especiais (PPGCMH/UFRGS); Pós-doutorado em Metodologia da Pesquisa com ênfase em Bioestatística (PNPD/CAPES); Docente da Universidade de Brasília (UnB).

AUTORA

Professora Dra Rochelle Costa

Professora Dra Rochelle Costa

Graduação plena em Educação Física (UFRGS); Mestrado e Doutorado em Ciências do Movimento Humano com ênfase em hidroginástica (PPGCMH/UFRGS); Pós-doutorado em Treinamento Físico para Populações Especiais (PPGCMH/UFRGS); Pós-doutorado em Metodologia da Pesquisa com ênfase em Bioestatística (PNPD/CAPES); Docente da Universidade de Brasília (UnB).
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